A maioria das pessoas que nos procuram possui apenas uma certeza, querem se tornar cidadãos europeus. Mas, muitos não fazem a mínima ideia de por onde começar. E, pior, mesmo depois de muita pesquisa na web, não conseguem identificar a certidão do ascendente português. Motivo: Falta de dados. Não sabem quem foram seus antepassados, não possuem pistas, mal sabem todo o nome, não sabem quando, nem de onde vieram, nem como e para onde foram no Brasil, não sabem com quem se casaram…
Então, às vezes o brasileiro que poderia entrar facilmente com processo para obter a dupla nacionalidade, realizar o próprio sonho de se tornar um cidadão europeu e, entre tantas outras coisas, circular, estudar, trabalhar e viver livremente em qualquer um dos vinte e oito países da EU, perde a oportunidade por falta de conhecimento do próprio histórico familiar. Todo o processo de obtenção de nacionalidade portuguesa começa com uma certidão de nascimento do ascendente Português. Eu sei, estamos numa era em que a tecnologia ajuda muito neste sentido, mas o ponto de partida não tem nada a ver com Google, Apps, Facebook ou Whatsaps. A melhor forma de descobrir informação sobre seus antecessores é CONVERSAR.
Converse muito sobre a história familiar com seus avós, pais, primos, tios, etc. Parece fácil, mas isso é uma prática que as famílias estão perdendo. Conversar parece estar saindo de moda.
Sabe aquelas tardes de domingo em que a família se reúne para celebrar o aniversário de alguém? Quando depois de um almoço bem gostoso alguns voltam para o Iphone, outros vão procurar um cantinho para tirar um cochilo, as crianças retornam a brincar e na sessão preguiça dos adultos na rodinha de tios, primos e para os sortudos até de avós, alguém vem com a pergunta: Com quem a tia Maria foi casada? Nunca ouvi falar desse tio. Nem sabia que ele havia trabalhado como lavrador no Norte de Portugal. Você lembra que a mãe falava de uma tia Rita que adorava fazer doces nas festas de São João? Por onde anda o primo Beto? Ou então… Mãe, você lembra a receita de polenta que a bisa falava que era segredo de família? Estas conversas longe de serem conversas jogadas fora, são disseminadoras da cultura familiar que vai passando de geração para geração. E mais que isso, as trocas de dados familiares como nomes, lugares e curiosidades da história de nossos ascendentes podem valer muito mais do que você imagina. Na hora de pesquisar uma certidão, nos damos conta de que algumas dessas informações são valiosas, mas às vezes já é muito tarde, não existe mais ninguém vivo para nos falar sobre elas.
Quem é que não sente orgulho em saber contar a história de suas origens? Essa pratica pode nos ajudar a reforçar laços, entender e disseminar o legado de nossas raízes. E, mais que isso, as conversas de família podem garantir um futuro diferente para você e para as futuras gerações que virão a partir de você. Pense nisso!
Cristina Marinho Arraes
Canal Portugal